Não sou da área nem tenho qualquer conexão próxima, mas a impressão que eu tenho é que a academia brasileira em geral é muito voltada para as metrópoles e pouco atenta a estudar as realidades e problemas locais de forma independente. Vamos a reboque dos acontecimentos nos países centrais, como linhas de apoio ou acessórios. Nesse sentido que digo, o que está no texto seria apenas mais uma faceta desse aspecto mais geral. Imagino que existam exceções, mas no meu entender isto meio que prova a regra geral.
Bate-Papo
Uma comunidade para discussões gerais que não se encaixam nas previstas em outras.
Não consigo aceitar de barato esse critério usado para afirmar que não existiria uma filosofia brasileira. Acho que a consequência seria, no máximo, que ainda não poderia ser feita uma história da filosofia brasileira. Isso se o critério for verdadeiro. A filosofia de Paulo Freire, apesar de ser carregada de elementos da filosofia de Marx (e Hegel, por tabela), trabalha com a nossa realidade brasileira. E, além disso, acaba influenciando a filosofia de bell hooks (já dá pra fazer história da filosofia agora... rs). Agora, se o critério for a originalidade do pensamento, temos o Ailton Krenak, por exemplo.
Sendo que no começo da carreira o Paulo Freire nem teve contato com o Marx, esse contato com a obra do Marx foi depois. Uma das coisas que mais me irritam no meio acadêmico é o apego a conceitos fechados, tão fechados que não têm espaço nem para entrar o conhecimento.