Hoje em dia o foco das pessoas em geral está quase que exclusivo em "educacao" na base da "informacao". Mas isso não funciona sem trabalhar o meio ambiente propício para propagar a mentalidade, cognição e cultura (educação) propicia que queremos propagar.
"Os movimentos social-democratas historicamente bem-sucedidos estavam interligados com uma rede maciça de instituições da classe trabalhadora, incluindo sindicatos, cooperativas, jornais, grupos de ajuda mútua, cenas de arte, etc. O trabalho moderno carece disso e, portanto, de uma base da classe trabalhadora para se mobilizar". – @anarchopac
Ou seja, a revolução se faz com o meio ambiente (transformando realidade e suas experiencias).
Para complementar, eu vou deixar um comentário que fiz na época das eleições, quando as pessoas falavam sobre combater o fascismo com o voto:
A questão não é o que eles acreditam ou não acreditam. As pessoas insistem em achar que o problema é a falta de informação mas eu volto a repetir que não é nada disso. O problema são as pessoas frustradas com a própria vida desejando ter uma ovelha negra para onde podem projetar suas frustrações.
Isso não é racional. É algo natural que todos nós já fizemos inconscientemente para proteger a nós mesmos de nosso próprio ódio. Mas a pessoa está frustrada no entanto, e frustração significa odiar a si mesmo.
Por isso, não importa a informação que receberem. Enquanto a frustração for enorme e maior, as pessoas vão usar qualquer informação, e alterar qualquer outras, para justificar suas projeções em alguém que possam odiar, se destraindo do ódio que tem por si mesmo.
Teoricamente, o Lula ou qualquer outro oponente poderia usar essa frustração/ódio das pessoas para canalizar e jogar contra o Bolsonaro ou fascistas. Mas isso requer usar a mesma tática desonesta, abusiva e manipuladora de Bolsonaro.
E por isso eu digo que não se vira esses votos com informação. Ou melhor, não se combate o ódio com informação. Ou melhor ainda, não se combate o fascismo com informação. A informação ajuda muito mas ela sozinha não serve de nada.
Para combater Bolsonaro, ódio, fascismo, etc, é preciso criar meio ambiente propício, pq o que cria ou alivia a frustração que as pessoas têm com a vida, em portanto consigo mesmas, é o meio ambiente. E isso se faz com ação direta, organização e ajuda mútua, com pessoas em suas comunidades atuando nela para oferecer apoio social, financeiro e psicológico sem esperar que políticos, apos votos, façam isso pelas pessoas.
Se ficar fazendo guerra de informação nós vamos perder, se de acordo com o meio ambiente atual, da falta de estrutura social e falta de estabilidade econômica, Bolsonaro e fascistas em geral estão jogando a partida no gramado deles. Por isso precisamos construir nosso proprio campo para jorgarmos nossa partida em casa.
Excelente apontamento. Se em compreendi corretamente, a abordagem do texto trata sobre o contexto da nossa participação ativa na criação de ambientes que gerem, complementados por informação - não sendo esse o principal ator - atrito social através de correntes contrárias ao comportamento facista/bolsonarista, como forma de combater a existência deste. Se eu estiver correto, pode exemplificar esses ambientes? Na minha cabeça, me vieram exemplos dos assentamentos sírios nos prédios abandonados criados pela Grécia, nas Olimpíadas de 2004, que se tornaram grandes centros autônomos independentes e autossuficientes. Eu estaria correto neste exemplo?
Eu não estou bem informado de como de como funcionam esses assentamentos sírios na Grécia. Mas em geral eu penso que você descreveu de forma certa.
O ambiente que me refiro é o dito "pre-confugurativo", no sentido de criar uma pré-configuração para o tipo de sociedade que visionamos para nós.
É basicamente como os anarquistas espanhóis ficaram tão bem preparados quando a revolução espanhola chegou.
Jardins communais onde pessoas da comunidade possam usar como passa tempo e aprendizagem (crianças, aposentados, incapacitados e pessoas em geral) onde pessoas trabalham juntas e socielizam na prática de um bem em comum, que gera frutos que podem ser obtidos tantos pelos participantes, como também distribuído para quem não tem o que comer, e também para quem tem o que comer mas não quer pagar para obter comida, o que é possível com cozinhas comunitárias também.
Outro exemplo são bibliotecas comunitárias em que as pessoas letradas da própria comunidade pode ler livros de ficção e teoria [anarquista] para quem não sabe ler; ou também para quem sabe mas acha mais interessante ouvir a leitura e explicação do que ler sozinho.
Assistência social comunitária, em que membros da própria comunidade ajudam com fundos e trabalho para a sobrevivência das demais pessoas da comunidade que estão em situação de vulnerabilidade e riscos.
Mas esses são exemplos simples. Existem inúmeros outros que inclusive envolve a prática de uso de tecnologia open source, DIY e com materiais básicos e acessíveis para o desenvolvimento da comunidade independente de corporações e políticas do governo do estado.