Bate-Papo
Uma comunidade para discussões gerais que não se encaixam nas previstas em outras.
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Pra mim, mudou muito quando entrei no fediverso e quando passei a querer "produzir" conteúdo.
Mesma coisa comigo. Entrei no Jefferson, já comecei a me interessar por blogue, curadoria e compartilhamento de informações, internet artesanal etc. Enquanto estive em redes sociais comerciais, sim, eu produzia, mas na maior parte do tempo eu era um mero receptor.
Nota lateral: nunca curti muito essas expressões "produzir/consumir conteúdo", nenhuma dessas palavras para ser sincero, mas não sei o porquê dessa ojeriza irracional; também não sei por quais palavras eu poderia trocar.
@arlon @nelsonsantana @batepapo acho a discussão dos termos interessantes também.
Acho legal, pensando em algo mais artesanal, em CRIAR e APRECIAR.
e sair dessa lógica comercial da informação
@arlon @batepapo Uma coisa que tenho feito é sempre ouvir um áudio livro no celular enquanto pinto. Tira um pouco do estresse de sentar para trabalhar e ao mesmo tempo cria espectativa.
Outra coisa não relacionada especificamente a celular, mas a consumo de mídia: assistir apenas um episódio de determinada série por dia. Não importa quanto tempo tenho disponível, só posso assistir um.
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ouvir um áudio livro no celular enquanto pinto
Sabe que isso tem sido uma tendência? Ouvi no programa do antropólogo Michel Alcoforado na rádio CBN que a geração mais nova está ouvindo mais áudio (rádio, podcast, áudio-livro) como uma forma de fugir das redes sociais. Graças a Deus descobri isso muito cedo, quando estava sem internet aqui em casa e passei a ouvir rádio para me manter informado enquanto não achava um bom pacote.
assistir apenas um episódio de determinada série por dia.
Same here. Ainda fui mais radical e passei a assistir algumas séries só uma vez na semana. Até porque foi nesse ritmo que algumas delas foram concebidas, né?
@arlon @uma_mocinha @batepapo pra mim o áudio tem funcionado pra fins de aprendizagem. Baixo palestras em áudio e escuto durante minha corrida diária.
Até sugeri que criássemos de Áudio teses e dissertações, talvez fazer áudios de artigos científicos.
Tem um elemento ruim de performance e otimização do tempo, mas parece menos pior que vídeos, principalmente os conteúdos aligeirados da internet.
Os notebooks dos anos 1990 e 2000 eram precários: precisavam das famigeradas placas PCMCIA para conectar à linha telefônica ou à rede. Nos anos 2000 / início dos 2010 melhorou.
Sobre a ansiedade coletiva:
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Acredito que seja por conta da mudança, sem um tempo de amadurecimento no Brasil, da conexão discada para ADSL. Saltamos de um cenário em que a conexão era realizada apenas depois da meia-noite ou aos finais de semana para uma mais rápida e disponível 24 horas por dia. Conectar-se à internet não é mais um "evento".
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Os smartphones trouxeram a portabilidade unida à conectividade sem fio, que tirou aquele ritual de ligar o PC (o celular está sempre ligado), sentado numa cadeira e mais concentrado na navegação, bate-papo e discussões em fóruns. Agora, se faz isso enquanto se divide a atenção com outras tarefas. Da mesma forma, houve uma "appzação", que nivelou a todos com perfis dentro de redes engessadas ao invés de fomentar a criatividade e a experimentação dos blogs.
Acho que temos que retomar esses "rituais" como a "hora de..." que foram perdidos ou reduzidos. Para isso: maior controle sobre o hardware e software (complicado no caso dos smartphones).
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maior controle sobre o hardware e software (complicado no caso dos smartphones).
Já nem aposto mais nos telefones... Peguei um telefoninho de 200 reais com 5 polegadas e o transformei em dumbphone, fazendo um hardening ao ponto até de tirar as cores ― tanto para economizar a bateria como para torná-lo menos atraente. Só o uso para mandar mensagens, ouvir música, ouvir podcasts, eventualmente usar o mapa. Tenho utilizado redes sociais e visto vídeos só pelo computador. Ambos os aparelhos tornaram-se mais atraentes depois desse regime.
Bem, de certa forma procurei ter mais controle sobre o telefone, mas dentro de limites muito bem estabelecidos. Queria mesmo era entrar no mundo das custom ROM, mas isso requer um letramento que em cinco anos de Linux não tive ainda...
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Na realidade, o que mais me levava a ter uma ROM alternativa era desgooglear o aparelho. Hoje em dia já nem uso sequer uma conta Google. Agora que tenho dois telefones, poderia experimentar... Pode ser um projeto para 2025!
@arlon se seu telefone for compatível, é recomendo a ROM distribuída pela @e_mydata, que já vem desgooglada e com microg integrada.
@arlon @ale @e_mydata @batepapo
Também não aposto em telefones. Na verdade, nunca gostei dessa joça, mas é o que temos para hoje, hehehe. Gostaria de ter um "dumbphone", mas de qualidade, não esses Positivo que vendem no Brasil.
Meu sonho é ter uma experiência no smartphone próxima a que tenho no PC usando Linux. Tudo converge para as Custom ROMs. Mas o fato de possuir apenas um aparelho e o risco de "brickar" (inutilizá-lo no processo) me afastam.
PS: Arlon, como você consegue usá-lo sem conta Google?
@[email protected] @e_[email protected] @[email protected] @[email protected] Aí que está! Todos os meus telefones até agora meio que são incompatíveis. O que estou usando agora, Multilaser Elite 2, é de um nicho muito específico, e muito difilmente acharei alguma ROM para ele. No entanto, estarei atento a essa lista de aparelhos compatíveis!
@arlon @diegopds @batepapo nessa lógica de hardware, meu desejo de consumo atual é um celular com tela e-ink, também pra reduzir várias coisas no celular.
Ainda uso redes sociais, cada vez mais no fediverso e menos nas big techs.
Mas meu celular atualmente é pra ouvir podcast, ler e-book quando não tenho livro físico ou o Kindle por perto e manter contatos pessoais. (Ainda jogo um joguinho com geo localização, mas estou com um objetivo final pra ver se paro).
Mas acho que tenho uma boa relação
Eu já tenho uma visão meio (meio? acho que inteiramente, mesmo) pessimista.
Já fui um grande aficionado pela tecnologia. Tive uma carreira profissional de 10 anos atuando como programador. Na realidade, comecei a lidar com programação desde os meus 8 anos de idade, quando ganhei meu primeiro computador. Aos 18 comecei a trabalhar já no ramo. Meu mais recente emprego durou do início de 2019 até cerca de seis meses atrás.
Ao longo desse percurso, pude acompanhar quase que diariamente, de forma técnica, o rumo que a tecnologia tomou.
Como você disse, antes a tecnologia era um complemento, era algo útil, era algo que trazia benefícios. Era algo realmente prazeroso e divertido. Peguei a época do Orkut, do Windows XP, do MSN, da internet discada e depois do ADSL. Foi divertido.
Hoje, no entanto, eu vejo o quão "bleak" e distópica se tornou a realidade, onde, por exemplo, todo mundo é praticamente obrigado a ter celular. Hoje, sair sem celular é como sair sem um documento de identidade. Literalmente, em algumas situações (CNH digital, RG/CPF/não-lembro-a-outra-sigla digital).
Como se não bastasse a obrigação de ter que usar um celular, não há escolha além de Android e iOS. Sim, tem o GrapheneOS e outras alternativas por aí, mas isso é pra quem sabe e tem coragem pra instalar sob risco de brickar o aparelho que não foi nada barato pra comprar (e sem contar que vai invalidar a garantia de fábrica/loja). Ao brasileiro humilde, no geral, a única opção é Android, já que o iOS tende a ser obscenamente caro. Android esse feito e mantido pela Google, que acaba sabendo mais da nossa vida do que nós mesmos.
Saindo da minha digressão, como tornar a tecnologia divertida de novo? Bom, não acho que seja possível tornar a tecnologia atual divertida, porque naturalmente está conectada a espionagem e obrigatoriedade de usá-la. Agora, restaurar tecnologias antigas, por exemplo, restaurar algum 386, um Commodore 64, um ZX Spectrum, pra programar em BASIC e Fortran ou jogar aqueles jogos antigos, será divertido porque trará a nostalgia da época onde a tecnologia tinha sua simplicidade. Ou então, usar tecnologias relativamente atuais como Raspberry PI (até à 4ª versão) ou Orange Pi para mexer com eletrônica ou criar fliperamas, também pode ser divertido. Porque, infelizmente, a tendência da tecnologia "moderna" é ser cada vez mais intrusiva em nossas vidas.